Caderninho gasto, uns rabiscos verdes, quadriculados, uma sequência de pensamentos (que, sinceramente, não servem para grande coisa), uma chuva, um pastel de ontem, suco de uva, série dublada na televisão.
Hoje é domingo e eu imagino as risadas, as fotos, a angústia fininha, os bares nessa Copa chuvosa e incerta, a vida e a decisão de ficar.
Quase chorei, mas Bolero precisa duma caminha. E o gato branco ainda não tomou remédio.
Quase chorei, mas, né, sabemos, você e eu, que não vai adiantar.
Uns moços tocando músicas dos anos 80/90, caipirinha, uns cigarros, um inexplicável picolé, o vento assanha meu pouco cabelo (cada vez menos e menor), uma boca pra beijar sem tanta convicção, um intervalo pra vir aqui ler você e é quase como se eu me enrodilhasse no colo da minha angústia, daí eu lembro de respirar e aqui eu tenho o mar, eu tenho o riso, eu tenho mais de mim do que em qualquer outro lugar (com exceção, talvez, de um jardim na Estrela).
<3 <3 <3 <3