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Ontem chorei até dormir. Não me orgulho, não me envergonho. Essa sou eu. Num país que fica menor e mais triste, mais sombrio e burro a cada instante que passa, acho mesmo que não podemos ter um João Gilberto. Você não precisa realmente concordar ou discordar. Esse é o meu registro, sugiro que você faça o seu. Prometo não ler. Chorei ontem até dormir, senti a morte dele como se sente a morte de alguém que fez parte da infância da gente. Alexandre imitava o João Gilberto cantando “Tim tim por tim tim” (lembra Ivanise Zel, querida?) e estaria devastado hoje. Talvez parte da minha tristeza, talvez parte da minha insistência com essa canção venham daí. Não sei. Esse é um registro, não uma análise. Chorei até dormir.

4 comentários em “”

  1. Nos idos de 63, 64, eu treinava, em outras morenas praias de outras latitudes, com muita admiração, a batida e os complicadíssimos acordes da bossa nova. João Gilberto não foi, contudo, o musico da bossa nova que eu mais admirei. O icon é indelével, sua inventividade musical, sua performance e mis en scène, deslizaram rapidamente para o jazz, que afinal sempre foi: Mais uma forma de jazz. Ele aparecia formal demais para o meu gosto mas, por outro lado, complicava-me a informalidade com que simplesmente resolvia não aparecer. Penso que isso fazia parte do envelope do Icon João Gilberto. Não acho que ele haja sido um gênio. Mas foi um excelentíssimo musico, com uma inventividade perseverante. Ninguém se lembraria de criar toda aquela harmonia diferente, cheia de dissonantes às vezes totalmente desconcertantes. Acho que é por isso que o chamam de gênio!
    Falzinha: Eu não seria a pessoa certa para enxugar suas lágrimas, Sou o fulano mais chorão do universo…

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