por Andréa Pontes
Felicidade (foto de A.P.)
Um bairro pode desaparecer em Maceió. Por essas e outras notícias, prestamos atenção, afinal, ao sal-gema. E descobrimos que ele é extraído, a metros de profundidade, porque é importante para a indústria química. Está na água sanitária, no detergente, no bicabornato de sódio. Até na sua pasta de dentes.
E, algumas ilhas no Oceano Pacífico também. As ilhas Tuvalu, ao sul do Equador, estão ameaçadas. As águas estão subindo, por conta do aquecimento global. Para preservar a cultura daquele Estado, elas serão recriadas virtualmente.
Quanta coisa não sabemos e só ficamos a par quando o caos se instala.
Falando em movimentações, teremos posse de Javier Milei neste fim de semana. Temos Wladimir Putin falando em reeleição. Enquanto isso, a nossa economia nunca decepciona. Avança, mas sempre com obstáculos. Desempenho que “surpreende” o mercado, mas um caminho ainda muito longo. Gerações e gerações marcadas por uma forte desigualdade social. O Varejo fazendo o impossível, tentando equilibrar os gastos com o Papai Noel que atendam todos os bolsos. O Governo com incentivos sociais.
Em resumo: o planeta continua a fazer nossas malas porque simplesmente estragamos o meio ambiente; ainda há o básico, prato vazio em muitos lares brasileiros.
E o que sobra para cada um de nós?
O que nós têm é nós. Tá certo, Emicida.
Indo mais além, o que, afinal, há dentro de nós? Lá, bem no fundo, onde ninguém acessa – às vezes, nem você. É uma semente, por vezes mal germinada, que nem sabemos, mas é o que faz a gente acordar e sair da cama. É o para quê.
E, aí, meio adormecido, vemos graça na moça levando o cachorro para passear. Apreciamos ver pessoas na mesa de um bar. Rimos entre amigos. Vibramos com jogos de futebol. Observamos as frutas penduradas na lanchonete. Comemoramos que faz 20 graus Celsius lá fora – mentira, 29 graus Celsius.
O que sobra da vida, afinal, é o filé com fritas, é o refrigerante geladinho, é o abraço, é o agradecimento de alguém, é uma esperança de um projeto que vai ajudar muita gente. É o silêncio. Ah, o silêncio das manhãs com cheirinho de café. Ah, as folhas balançando ao sabor do vento. O seu filho feliz com água fresca.
Ah, a vida e suas sobras, seus momentinhos.