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Poeminha sobre velas de maçã; roupa de cama; bolachinhas de goiaba e a imensa falta que você me faz

Tudo quieto no meu quarto, 

tudo ali estava bem

nem um cisco se mexia, 

nem um rato, 

nem um trem,

mas ao me levantar, 

em busca de dicionário honesto

sou alarmada pela algazarra

coisa que, de hábito, detesto.

Para apanhar o meliante, 

viro-me de supetão,

e eis que constato aflita:

sobre minha cama, 

o cão.

É um cão novo, redondo, 

bobinho e feliz

que ama todo mundo, 

que suja de leite o nariz,

faz dos gatos, irmãozinhos,

gosta da Maliu e de mim

gosta de desenho animado,

de balas e chá de jasmim.

Ele está sempre alegre, 

está sempre agitado

está sempre com fome, 

nunca parece cansado.

E agora, em minha cama, 

late, se agita e brinca

como se fosse um dia gentil,

numa semana boa, 

num ano sensato,

como se não fosse o Brasil.

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