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E D I T O R I A L

Por onde chegamos a Minas Gerais

Minas – Matizes Dumont

Minas Gerais é um pedaço de chão. Minas Gerais é o começo de um país. Minas é uma pátria. Mais do que tudo, Minas é uma ideia, a ideia. A ideia de que há vida além do reino, da monocultura, da dominação. A ideia de que há vida subindo e descendo o morro e escavando o chão, procurando pedacinhos preciosos de metal, de ideais, de noções legais sobre o que forma uma nação, de trabalho, de mistura de água, de floresta, de literatura. Minas Gerais é o primeiro amor de todo mundo porque Minas Gerais é o nosso começo. Foi ali, longe do mar, longe de continentes outros, que aprendemos que poderíamos ser, que poderíamos fazer, que poderíamos criar. Em Minas temos céu demais, verde demais, problemas demais, possibilidades demais, letras demais. Faltam palavras para definir a vida, o que somos e o que desejamos, mas não em Minas. Em Minas, minam os desejos, as possibilidades de um léxico próprio, as chances de levar a cada um e a nós mesmos a tradução do que carregamos no peito. A tradução do que carregamos no peito. A tradução do que carregamos no peito.

As vozes se erguem, em Minas, mais altas. E melhores, e mais límpidas. O que Minas fez por nossa literatura, lugar nenhum jamais fará. Minas nos deu amores, muitos, o Drops em Revista espera ter tempo e fôlego para falar de cada um deles.

Começamos com os três que, para nós, falam mais de Minas e mais ao nosso coração: Adélia Prado, Guimarães Rosa e Fernando Sabino. Cada um a seu tempo e com sua peculiar forma de se expressar, são eles que primeiro nos trazem Minas, em cada curva da estrada, em cada córrego ou estrofe, em cada ideia inconfidente, por vales e montanhas e sim, a cada pôr do sol.

Você é muito bem-vindo, bem-vinda à nova edição do  Drops em Revista. Receba nosso melhor abraço.

As Editoras

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