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Quando acontece

Quando acontece uma coisa maravilhosa com você, é interessante, depois de passada a zonzerinha de felicidade que te treme os joelhos, observar quem te abraçou e te jogou pra cima, quem visualizou e não comentou.

Quando acontece uma coisa terrível com você (treta-monstro, internação), é interessante, depois de passada a horrorosa confusão, observar quem te mandou um beijo na testa, quem permaneceu em silêncio.

O passado, desde que não se viva nele para sempre, é fonte de boas informações, insights assustaodres e de revelações-que-nem-revelações-são-você-é-que-é-lerdinha-fabia.

Fiz sopa de abóbora, suco, uma caixa pra Suzi, uma caixa pro Iata e um envelope cor de laranja pra Nepomuceno. Fiz mingau, fiz minha cama e fiz uma carta bonita demais (cuja beleza nao será levada em consideração, nunca é), dolorosa e muito gentil, que seguiu pelo correio, como deve ser. Uma dessas cartas que prova que os abismos são vários, de muitos estilos, mas que você e sua capacidade de olhar diretamente pros olhos do espelho devem permanecer intactas, então é melhor fazer as coisas direitinho. E olha, ainda é quarta-feira, capitão.

4 comentários em “Quando acontece”

  1. Nossa, que delícia ler seus textos novamente.
    Torço tanto por vc, me vejo tanto em suas dores em suas pequenas felicidades.
    Se tem uma pessoa que eu tomaria um chá seria contigo.
    E precisando tô aqui.

  2. Oba, envelope pra mim. Estou precisando responder cartas, mas não sei como escrever só o que posso ou devo dizer. Sabe, sobre passado e tal, dizem que o segredo da felicidade é boa saúde e péssima memória. A parte da saúde não está lá essa coca-cola toda, mas o lance da memória devia estar me proporcionando dias MUITO melhores porque, olha, ela é ruim mesmo.

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