por Andréa Pontes
As máscaras caem (foto de A.P.)
O Carnaval já chegou. O feriado, na terça-feira, dia 13, é só protocolar. Milhares de blocos, festivais e esquentas estão aí, mostrando que a festa popular move a economia e salva os bolsos do comércio, da hotelaria, dos serviços, e gera empregos. Não à toa, grandes marcas fazem questão em se destacar em blocos, camarotes, outdoors, redes sociais e onde mais for possível. Os que gostam e os que não gostam param por quatro dias ou mais e há um inconsciente coletivo de que o Brasil só começa a funcionar depois da Quarta-Feira de Cinzas.
Os números são bons. Em 2024, as festas do Carnaval devem movimentar R$ 9 bilhões, na estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Será a primeira vez que o número supera os índices dos anos antes da pandemia. O Governo também ajuda o brasileiro a ter mais poder de compra. Acaba de isentar quem ganha até dois salários-mínimos de pagar impostos. Um benefício a quase 16 milhões de brasileiros.
A estratégia é correr atrás de um prejuízo herdado no primeiro ano de mandato. 2023 foi um ano para começar a arrumar a casa. E não há novo prédio sem gastos. As contas públicas continuam altas, pois foi necessário arrecada menos e amparar mais. Em contrapartida, a balança comercial teve um superávit de US$ 6,5 bilhões, anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços. Ou seja, sobrou mais dinheiro para o País.
A casa é muito grande, são 220 milhões de moradores. Ainda há de se investir em transporte, em moradia. E, agora, mais do que nunca, a combater a dengue, crescendo nos estados brasileiros. Em meio às especulações, sobe conta pública, ao Banco Central norte-americano (FED) dando sinais de redução de juros, o dólar fica entre R$ 4,90 e R$ 5,10, bem como o Ibovespa, com queda.
Em meio a isso, o brasileiro vai fazendo o que sabe: sobrevive. Há os que vão ganhar dinheiro extra vendendo água, cerveja, churrasco, os que vão vender mate gelado na praia, as cidades turísticas que ganharão sobrevida para os meses mais magros. Há a decisão de uma viagem curta e há quem vai, como eu, maratonar séries e desfiles de escolas de samba – adoro.
No mais, o noticiário deve arrefecer e se concentrar em purpurina, glitter e alegria. Até nós, brasileiros, que não desistimos nunca, merecemos.