Nalgum momento, não entender o mundo como ele se dá, não saber fazer o que todo mundo sabe, não entender referências culturais e códigos deixa de ser uma gracinha e sinal de personalidade e se transforma num enorme peso amarrado no pescoço que nos leva mais e mais e mais para o fundo. É silencioso aqui. Solitário também. Ao mesmo tempo, quem tem energia ou desejo para bater as pernas na direção da superfície?
eu nunca aprendi a nadar. vou sobrevivendo porque gente com mais fôlego me segura por períodos na superfície. daí cansam, né? eu afundo um pouco, outra pessoa generosa estende a mão e assim eu vou de afunda-nãoafunda.