Frederico Fellini – 20 de janeiro
Controlava a obra desde o argumento até a montagem. Seus filmes são autorais com colaboração dirigida. Chegava ao ponto de desenhar figurinos. Ver os filmes do Fellini em ordem cronológica é assistir o desenrolar de uma vida traduzida em arte.
Virgínia Woolf – 25 de janeiro
Refletiu sobre a arte literária, deu vazão escrita ao fluxo de consciência, publicou a si e a outrem e escreveu, escreveu, escreveu.
Nunca mais alguém comprou suas próprias flores impunemente.
Rubem Braga – 13 de janeiro
O maior cronista do século XX fazia poesia em prosa.
Trecho de um de seus últimos textos:
“Hoje venta noroeste, amanhã é lua cheia. Depois virão outras luas e outros ventos, mas isso também é fútil. Pois um dia as luas podem girar no céu e os ventos rodarão na terra com meiguice ou fúria, e isso não te importará, como também, tudo o que foi. Por que, então, te afliges agora? Que a brisa do mar invente espumas, e depois venham as chuvas frias, o sol e depois no céu limpo suba, imensa, a lua – não pense que isto tenha a ver contigo. Não existes. Nada tem a ver contigo.”
Rubem Braga morava numa cobertura. Na área aberta, em um vaso de alguma coisa, nasceu uma jabuticabeira. Uma jabuticabeira numa cobertura! Rubem Braga era fantástico até quando não escrevia.